De repente, um inseto parecido com esse da imagem (não sei se era igual porque não tive tempo de conferir) invadiu a sala de aula, segundo um dos meninos era uma formiga rainha.
Diante da visita o desespero tomou conta das nove crianças que estavam em sala. Tudo bem, nove não, pois um dos meninos afirmava que não estava com medo e outro queria tê-lo como estimação. Apesar do agrado dos dois, outras sete crianças esperavam que eu tomasse uma providência quanto ao inseto que insistia em entrar e sair da sala e a cada nova entrada era recebido aos gritos.
Uma das crianças entrou em pânico e começou a chorar. Logo, um menino demonstrando ser mais corajoso começou a rir do colega. Não poderia admitir isso, então questionei se não tinha medo de nada e ele confessou ter medo de cobra. Depois da turma tranquilizada (ou nem tanto) tivemos uma nova visita. Há essas alturas os movimentos de rotação e translação já haviam literalmente ido para o espaço.
O inseto desta vez era outro (semelhante ao da imagem, só que cinza) e pousou na parede próximo ao armário. Tive a idéia de esvaziar o pote que havia sobre a mesa com carimbos e prender o inseto. Felizmente a missão foi bem sucessida. Todos puderam visualizá-lo e um menino ainda afirmou que era um "Fede fede", embora depois eu tenha descoberto que não era.
Na hora do recreio, conversei com a professora que ministra aulas ao lado de minha sala. Ela contou que suas crianças ficaram assustadas, querendo saber se era uma aranha que havia entrado na sala. Emprestei o inseto para que eles também pudessem conhecê-lo.
Durante o decorrer da aula, que pode prosseguir em seu rumo, as crianças olhavam para o inseto, questionavam se ele não morreria ou mesmo se ainda estava vivo. Diante da preocupação avisei que soltaria no fim da aula, assim ele não voltaria para a sala.
Foi neste momento que acredito que atingi um bom objetivo com minha atitude de prender o inseto. O menino que inicialmente havia chorado de pânico, agora estava ansioso pela liberdade do inseto.
Após o término das aulas, todas as crianças foram embora, mas o menino em questão retornou. O que queria? Lembrar-me de soltar o bicho aprisionado. Foi o que fiz com ele ao meu lado. Para ter um final feliz ele sorridente me disse: "Esse aprendeu a lição, não vai voltar nunca mais!".
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