sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A visita dos insetos

Postado por Gabriela de Amorim às 00:24
Ontem sai de casa para ministrar aulas de ciências naturais mas recebi uma aula de Biologia. Um inseto entrou voando pela sala enquanto estávamos numa aula cujo conteúdo era o universo. Poderia ter sido quando fossemos estudar insetos mas a natureza não espera que planejemos para que ela possa aparecer.

De repente, um inseto parecido com esse da imagem (não sei se era igual porque não tive tempo de conferir) invadiu a sala de aula, segundo um dos meninos era uma formiga rainha.

Fonte da imagem (semelhante ao visitante)

Diante da visita o desespero tomou conta das nove crianças que estavam em sala. Tudo bem, nove não, pois um dos meninos afirmava que não estava com medo e outro queria tê-lo como estimação. Apesar do agrado dos dois, outras sete crianças esperavam que eu tomasse uma providência quanto ao inseto que insistia em entrar e sair da sala e a cada nova entrada era recebido aos gritos.

Uma das crianças entrou em pânico e começou a chorar. Logo, um menino demonstrando ser mais corajoso começou a rir do colega. Não poderia admitir isso, então questionei se não tinha medo de nada e ele confessou ter medo de cobra. Depois da turma tranquilizada (ou nem tanto) tivemos uma nova visita. Há essas alturas os movimentos de rotação e translação já haviam literalmente ido para o espaço.

O inseto desta vez era outro (semelhante ao da imagem, só que cinza) e pousou na parede próximo ao armário. Tive a idéia de esvaziar o pote que havia sobre a mesa com carimbos e prender o inseto. Felizmente a missão foi bem sucessida. Todos puderam visualizá-lo e um menino ainda afirmou que era um "Fede fede", embora depois eu tenha descoberto que não era.

Na hora do recreio, conversei com a professora que ministra aulas ao lado de minha sala. Ela contou que suas crianças ficaram assustadas, querendo saber se era uma aranha que havia entrado na sala. Emprestei o inseto para que eles também pudessem conhecê-lo.

Durante o decorrer da aula, que pode prosseguir em seu rumo, as crianças olhavam para o inseto, questionavam se ele não morreria ou mesmo se ainda estava vivo. Diante da preocupação avisei que soltaria no fim da aula, assim ele não voltaria para a sala.

Foi neste momento que acredito que atingi um bom objetivo com minha atitude de prender o inseto. O menino que inicialmente havia chorado de pânico, agora estava ansioso pela liberdade do inseto.

Após o término das aulas, todas as crianças foram embora, mas o menino em questão retornou. O que queria? Lembrar-me de soltar o bicho aprisionado. Foi o que fiz com ele ao meu lado. Para ter um final feliz ele sorridente me disse: "Esse aprendeu a lição, não vai voltar nunca mais!".

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